segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

21]


I feel nothing for you. I hold myself down. Keep to yourself. You shouldn't touch me. My skin peels off my bones. I'll give you a gift. Take the skin from my stomach and stretch it across your face. Look in the mirror. I see myself through your eyes. My body is on the ground behind you. You use it to amuse yourself. When you kick it around the room you feel the impact of the boot in your stomach. Cry for me. Blame me for the fact you no longer recognize yourself. Lying here I want the air in this room to consume me. To pull my body in behind itself while you stare down at me uncertain if you've lost yourself in me. You run your hands along the leather surface of your skin. This sound this makes changes pitch according to the area of your body you touch. Your thighs and your groin generate a low hum. The sound of my corpse releasing dead air when you kick me. Your face generates a continuous high-pitched squeal. The sound I make when you burn me. I take you over. You forget yourself in my body. When you chew a piece of skin from your finger you remember my body in your mouth. My bones crack in between your teeth. I love you. When you lick your hand your sweat tastes like my blood. Conceal yourself. Close yourself off. Pull back into my skin. I'm inside you. The place on the floor where my body decayed left a stain on your memory. That's the signature of my love for you. You can't forget me without losing yourself. 
I'll never die...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

17]

"I feel everything. From the bath water that’s slightly too cold, to the pain in that old man’s eyes as he walks through the street and wonders how he came to be so alone. I think such small and intricate thoughts; untouched blades, so dangerously sharp. These thoughts cut the deepest and yet a part of me craves to swim in a river of red. I want to watch myself bleed in the comfort of knowing I’m not alone and nor are the hidden droplets of life that no one else has thought to look for. That’s why shallow people are often so beautifully pristine - they are thinkers of common thoughts: blunt knives that cut no deeper into their smooth skin than the hands that caress their bodies. 

Lonely are the sufferers."

domingo, 27 de outubro de 2013

14]


Hommage. By Jean André


dia marcado pela morte do Grande Deus da música Lou Reed [27 de outubro]

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

9]

Este é o país que está por começar
cuja raiz apodreceu regada no ódio
de eternas crenças no Deus do Céu
e em Sebastião que está para chegar

Este é o país de veias a secar
onde as coisas calam desumanidade
a máquina do trabalho não engrena
as lágrimas do amor não têm validade

Este é o país que nunca começou
que sua eternidade já era válida
no gosto de Adão no início da terra
que de velho que era a novo não passou

Este é um país desabado
na esfera da burla no convite de Eva
no engodo de mirones e estrangeiros
que irá escolher «El-Desejado»

- Martins Poças, O Jugo e o Jogo

8]



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

6]



5]



4]


3]

não consigo, ainda estou a tremer um bocado. nunca antes tinha tido pensamentos tão fortes da morte como os de hoje. odeio a morte, odeio tudo isto. 
não quero perder ninguém. sou demasiado apaixonado por tudo para tolerar a morte. 
não consigo viver bem com o pensamento de que mais dia, menos dia, começo a perder pessoas. não as consigo perder.

e não me digam que se forem recordadas nunca as perco. merdas de mentiras. perco-as sim, não as vou ter comigo. nunca mais.

[só eu me poderia acalmar sozinho e não o consigo neste momento.]

eu não aguento ficar sem eles, pelo menos a minha família mais próxima. sinto demasiado com o coração, principalmente por eles: acho que é isso ser-se do mesmo sangue.

isto atormentou-me.
não aguento não ter mais palavras dos meus avós para me aconchegarem quando preciso. eu não preciso de dizer que preciso delas. eles dão-mas assim, sem ser preciso nada.
eu juro que por eles também daria tudo .

[e falo somente deles neste momento por ter por base a lei da vida e eles terem mais primaveras que todos os outros meus mais próximos]

só me apetecia abraçá-los neste momento, como nunca abracei ninguém.
tenho medo do que possa acontecer. tenho medo, muito medo.
não sei qual, nem como será a minha reacção. não sei se tenho lágrimas suficientes ou cabelos para puxar. não sei mesmo.

às vezes farto-me de ser assim. mas agora nem isso consigo sentir. agora nem me consigo fartar disto, não consigo sentir nada para além desta tormenta.
estou um pouco em pânico, mas também algo me diz que amanhã já estarei melhor: vou estar com os meus avós.

[sinto-me a chorar que nem um desalmado; transpiro e suores frios correm em mim]

sinto também que quero honrar algo: quero ser o melhor por eles, para eles.
deram-me tudo, dão-me tudo.
são as melhores pessoas que conheço e as melhores que irei alguma vez conhecer. queria poder retribuir-lhes tudo mas nunca irei conseguir.

quero desenhá-los mil vezes. quero pintá-los milhões de vezes.
quero ficar ao máximo com eles.

[precisava de ir tomar um banho
tentar limpar tudo isto
a morte é algo sujo
de que eu sinto nojo e repulsa.
]

4 de outubro de 2013

2]


1]